Resultado da pesquisa

  • A esporotricose é uma doença fúngica que acomete humanos e animais, principalmente gatos. Considerada uma zoonose negligenciada, a infecção vem ganhando força no Brasil. Uma doença antes considerada rara, hoje tem pontos endêmicos em vários estados, principalmente no Rio de Janeiro com registro de 3.291 casos confirmados entre 2015 e 2017. Apesar desse crescimento, a conscientização populacional sobre a doença ainda é escassa, o que agrava a disseminação e o descontrole. Esse trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre ocorrências da esporotricose humana no Brasil.

    Dezembro - v. 16, No. 12, p. 133 (2022)
  • A Giardíase é uma infecção causada pelo protozoário Giárdia spp., que é adquirido por transmissão direta ou indireta, sendo de maior importância a via hídrica. É considerada uma das zoonoses mais importantes na rotina clínica veterinária, com ampla distribuição mundial e considerável prevalência no Brasil, sendo bastante relevante para a saúde única. A principal espécie que acomete os animais domésticos é a Giárdia duodenalis. Ela causa alterações no intestino delgado, provocando atrofia das vilosidades e aprofundamento das cristas e afetando a absorção de nutrientes. Em virtude de sua ação intestinal, promove diarreia intensa, a qual leva à severa desidratação, podendo causar a morte em animais jovens, se não tratada adequadamente. O diagnóstico é feito através dos exames de fezes dos animais suspeitos da infecção. A profilaxia consiste em executar uma higienização adequada do ambiente em que cães e gatos residem, e ter bons hábitos de higiene, como lavar bem as mãos. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a giardíase, descrevendo sua etiologia, aspectos epidemiológicos, patogenia, sinais clínicos, formas de diagnóstico, tratamento, prognóstico, medidas de prevenção e controle, e aspectos importantes em saúde pública. Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados do PubMed, Scielo e Google Scholar, entre os anos de 2010 a 2022. Foram utilizados os seguintes descritores: giardíase, cães, gatos, epidemiologia, diagnóstico, saúde pública e zoonose. Alguns trabalhos em diversas regiões do Brasil foram estudados e foi verificado que a prevalência para Giárdia spp. variou de 0,58 a 50% para cães, e em gatos os percentuais foram entre 0,6 à 60%, cabendo ressaltar, que o interstício das diferenças pode ser decorrente das diferentes amostragens consideradas nos estudos. A realidade encontrada no Brasil, neste estudo, provavelmente está subestimada, já que não há notificação compulsória. Assim, os números de casos deixam de aparecer nos boletins epidemiológicos de toda rede de saúde única do Brasil, e dificultam a análise da real situação em saúde da nação.

    Novembro - v. 16, No. 11, p. 182 (2022)
  • A monkeypox é uma doença zoonótica de origem africana, causada pelo vírus monkeypox (MPXV), pertencente à família Poxviridae. Inicialmente descoberto na década de 1958, o surto registrado em 2022 compreende a doença em sua maior distribuição mundial desde então. O vírus adentra o organismo a partir do trato respiratório e sua transmissão pode ocorrer por meio do contato direto com animais ou com hospedeiros humanos infectados. Este artigo elucida o histórico do MPXV sobre o ponto de vista epidemiológico, contemplando a origem do agente etiológico, seus mecanismos de transmissão, fisiopatologia, sintomatologia, ferramentas de diagnóstico, tratamento, meios de controle e prevenção, bem como a cronologia dos casos notificados de MPXV até o momento dessa epidemia.

    Novembro - v. 16, No. 11, p. 182 (2022)
  • A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença zoonótica causada no Brasil pelo protozoário Leishmania chagasi. A transmissão ocorre, principalmente, pela picada do vetor Lutzomyia longipalpis (mosquito-palha), que se infecta ao se alimentar de sangue do cão doente e, depois, transmite o parasita para outros animais e para o homem. Trata-se de um importante problema de saúde pública, que afeta em torno de 3.500 pessoas por ano, em todos os Estados brasileiros, com taxa de mortalidade em torno de 8%. O protozoário ataca, preferencialmente, o sistema imunológico dos cães acometidos, provocando sinais clínicos inespecíficos em vários sistemas fisiológicos. Em até 80% dos casos os animais infectados podem não fazer soroconversão e se manter assintomáticos, tornando difícil o diagnóstico e o controle da doença. A política pública determinada pelo Ministério da Saúde no Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral prevê a eutanásia dos cães soropositivos, já que eles funcionam como reservatórios do protozoário. Todavia, desde 2016, existe a permissão para tratar individualmente os animais doentes com um medicamento leishmanicida que foi registrado e liberado no Brasil. Este estudo faz uma revisão de literatura sobre a Leishmaniose Visceral Canina, com abordagens sobre etiologia, epidemiologia, patogenia, manifestações clínicas, métodos diagnósticos, terapias e estratégias de controle da doença. Traz ainda discussões sobre a política pública brasileira vigente e as propostas para melhorar o diagnóstico e a prevenção dessa zoonose endêmica em várias regiões do país.

    Outubro - v. 16, No. 10, p. 223 (2022)
  • O conceito de Saúde Única baseia-se, sobretudo, na interrelação existente no trinômio saúde humana, saúde animal e meio-ambiente. Do relacionamento contemporâneo entre os seres humanos e os animais no ambiente que os circundam, emergem doenças, dentre elas as zoonoses, transmitidas dos animais ao ser humano. O presente trabalho objetiva relatar um caso de esporotricose felina, seu diagnóstico e tratamento, bem como a contextualização da doença com a problemática da Saúde Única, especialmente nos casos de abandono de animais.

    Outubro - v. 16, No. 10, p. 223 (2022)
  • A raiva é uma doença infectocontagiosa ocasionada pelo vírus Lyssavirus, sendo esta zoonose uma problemática para a saúde única, por afetar mamíferos aéreos e terrestre, sendo considerada uma doença negligenciada e de distribuição mundial. Os programas nacionais vigentes, visam o controle da patologia, por meio da imunização de animais domésticos, e para humanos, preconiza-se o protocolo de pré e pós- exposição. Assim, este trabalho tem por objetivo detalhar os aspectos epidemiológicos da raiva através de um estudo descritivo, enfatizando a sua etiologia, epidemiologia, transmissão, sinais clínicos, diagnóstico, tratamento, o controle e a profilaxia da doença.

    Setembro - v. 16, No. 09, p. 197 (2022)
  • A Leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania que provocam úlceras na pele e mucosas. O objetivo da pesquisa foi verificar o perfil epidemiológico da leishmaniose tegumentar americana no estado da Paraíba no período de 2017 a 2020. A metodologia é do tipo descritiva e quantitativa. As informações foram coletadas no Sistema Nacional de Agravos de Notificações (SINAN) do Departamento de Informação do Sistema Único de Saúde (DATASUS), tabuladas no TABNET e analisadas oito variáveis no Microsoft Excel 2019. Verificou-se que no estado da Paraíba foram notificados 169 casos de leishmaniose tegumentar americana entre 2017 a 2020 em 33 municípios, distribuídos nas quatro mesorregiões, sendo 55,29% no sexo masculino e 44,71% no sexo feminino, 37,56% das notificações na faixa etária de 15 a 39 anos e 54,12% das notificações apresentaram a escolaridade em branco ou ignorada, 54,71% dos pacientes pertencem à zona rural e 94,71% foram classificados como casos novos. Os diagnósticos clínico-laboratoriais somaram 57,65% e 42,35% clínico-epidemiológicos e 70% dos casos evoluíram para a cura. Conclui-se que a LTA é uma DTN (doença tropical negligenciada) com ampla distribuição na Paraíba, apresentando áreas com maior risco para a infecção, que evidenciam a necessidade de maiores estudos e medidas de prevenção.

    Outubro - v. 16, No. 10, p. 223 (2022)
  • A esporotricose constitui uma micose subcutânea, local ou sistêmica, de evolução subaguda ou crônica, causada por fungos dimórficos do complexo Sporothrix schenckii. Possui ampla distribuição mundial, tendo maior ocorrência em condições climáticas tropical e subtropical. Acomete o homem e uma grande variedade de animais domésticos, em destaque os felinos. A infecção se dá pela inoculação do fungo na pele e tecido subcutâneo, no contato com solo e vegetais secos contaminados, por arranhadura ou mordedura do animal infectado. No estado da Bahia casos têm surgido em várias cidades, como Camaçari, Lauro de Freitas, Mata de São João, Feira de Santana, sendo que a capital baiana está atenta à expansão da doença. Em virtude do aumento da casuística em Salvador e região metropolitana e de seu potencial zoonótico, objetivou-se neste trabalho relatar um caso da infecção por Sporothrix em um felino, macho, castrado, sem raça definida, com 4 anos de idade, 6,1 kg, proveniente da região metropolitana de Salvador, atendido na clínica Amizade Pet, onde houve transmissão para o tutor, mas com a melhora clínica total do paciente.

    Setembro - v. 16, No. 09, p. 197 (2022)
  • As leishmanioses são consideradas um conjunto de síndromes de grande complexidade a qual acomete seres humanos e animais. É uma das seis mais importantes doenças infecto-contagiosas mundiais e com importante caráter zoonótico. Causada por protozoários da família Trypossomatidea e gênero Leishmania. O parasita é transmitido por vetores da sub-família Plhebotominae.

    Março - v. 02, No. 03, p. Art. 159- 186 (2008)
  • A leptospirose é uma zoonose de grande importância social e econômica de distribuição mundial. Foi realizado um questionário online, no qual participaram 1.978 pessoas, com o objetivo de realizar levantamento e análise do conhecimento da população brasileira sobre a leptospirose e suas principais características. A população participante mostrou-se, de forma geral, informada quanto à zoonose e suas principais formas de transmissão e profilaxia, apesar de a maioria negar acometimento prévio ou ciência de indivíduos conhecidos diagnosticados com leptospirose. No entanto, apenas parcelas menores responderam com exatidão todas as questões, enquanto outros indivíduos responderam-nas equivocadamente, confundindo com outras enfermidades como dengue, raiva e Salmonelose. Observa-se, assim, a importância da educação sanitária para esclarecer tais pontos. A maioria afirmou ter acesso a saneamento básico, limitando o levantamento de dados para investigar os conhecimentos sobre leptospirose da população sem acesso ao recurso, sendo recomendada a realização de pesquisas com maiores enfoques nessa parcela da população.

    Maio - v. 16, No. 05, p. 188 (2022)
  • Devido ao caráter zoonótico da esporotricose este estudo objetivou realizar uma revisão de literatura evidenciando os impactos na zona rural e urbana no contexto da Saúde Única. A esporotricose é uma micose subcutânea causada por fungo dimórfico do gênero Sporothrix spp. Dentre as 60 espécies do gênero, as mais comuns são o Sporothrix schenckii e o Sporothrix brasiliensis que é o mais prevalente no Brasil. A esporotricose é uma doença de caráter agudo ou crônico, geralmente localizada em tecidos cutâneo e subcutâneo, em humanos, incluindo formação de pápulas, nódulos e úlceras. A maioria das infecções humanas relatadas são causadas por inoculação traumática através da mordida, arranhão ou contato com lesões cutâneas de gatos doentes e o manuseio de solo contaminado, plantas ou matéria orgânica. Nos animais, a manifestação da doença apresenta as mesmas características daquelas observadas em seres humanos, com o surgimento de feridas e lesões de mucosa. No ambiente rural, o Sporothrix pode estar presente no solo, nas árvores, espinhos e terrenos baldios por conterem material orgânico e vegetação em decomposição. No ambiente urbano, o contato frequente entre animais de estimação e seus tutores têm gerado um aumento no número de casos com possível envolvimento dermatozoonótico. Considerando o potencial de transmissão da esporotricose, a letalidade e o contato humano com animais de estimação, torna-se imprescindível que profissionais da saúde estejam preparados para diagnosticar a doença e repassar informações à população sobre a forma de transmissão, profilaxia, sintomas e ações a serem tomadas.

    Maio - v. 16, No. 05, p. 188 (2022)
  • A doença de Lyme é pouco diagnosticada, apesar de frequente no mundo. Apresenta potencial zoonótico e os cães são considerados sentinelas da doença. Este trabalho tem como finalidade relatar um caso de um animal da raça Poodle atendido em uma clínica veterinária particular em Ribeirão Pires - SP, positivo para a presença de anticorpos de Borrelia burgdorferi confirmados através de sorologia pelo método Dot-Blot e teste rápido. O animal estava realizando exames pré-cirúrgicos para retirada de um tumor em região anal, não apresentava alterações no exame físico, sendo a trombocitopenia única desordem observada. O diagnóstico é fechado através da sorologia juntamente com a clínica/ histórico do animal, mas na maioria dos casos é um achado clínico. Como a borreliose, outro nome para doença de Lyme, tem sinais inespecíficos e de grande importância para a saúde pública, é essencial que seja incluída como diagnóstico diferencial de demais doenças com sintomas semelhantes, embora a mesma já foi relatada associada a Erliquiose, Anaplasmose e entre outras hemoparasitoses transmitidas através do carrapato. Este trabalho tem caráter informativo e de educação sanitária e epidemiológica, dando oportunidade aos leitores conhecerem mais profundamente a doença e seus riscos à saúde pública.

     

    Fevereiro - v. 16, No. 02, p. 183 (2022)
  • A esporotricose é uma doença ocasionada pelo fungo do gênero Sporothrix que acomete diversas espécies animais e seres humanos. É uma zoonose em ascensão no Brasil e o felino doméstico tem grande papel epidemiológico, visto que a transmissão zoonótica vêm crescendo nos últimos anos. Este trabalho teve como objetivo rastrear o conhecimento sobre essa enfermidade entre voluntários de ONGs protetoras de animais e protetores independentes do estado de São Paulo. Supreendentemente, quase metade das pessoas entrevistadas, que trabalham e podem estar expostas a tal zoonose, desconheciam sobre a doença. Mais da metade de voluntários que realizam resgates não usam EPIs adequados ou somente os usam quando o animal é agressivo, reforçando tamanha exposição e vulnerabilidade. Apesar disso, apenas 8% dos entrevistados relataram já terem apresentado lesões características a da esporotricose, o que mostra que se houvesse maior cautela e conhecimento desse público ao realizar o manejo desses animais, essa incidência poderia ser ainda menor.

    Fevereiro - v. 16, No. 02, p. 183 (2022)
  • O relacionamento contemporâneo entre os seres humanos e os animais no ambiente que os circundam aumenta a chance de ocorrência e transmissão de zoonoses. A estrongiloidíase é uma doença zoonótica de abrangência mundial que pode acometer seres humanos e animais, principalmente cães, e tem como agente etiológico o Strongyloides sp. O presente trabalho traz um relato de caso de cão jovem adquirido de um canil comercial, tendo sido entregue aos novos tutores sem o devido controle parasitário, apresentando sinais de apatia, hiporexia, vômitos e fezes com muco. Dos exames realizados, identificou-se infecção parasitária por S. stercoralis, prontamente tratada com antiparasitários.

    Janeiro - v. 16, No. 01, p. 191 (2022)
  • A esporotricose felina é uma micose subcutânea de evolução subaguda e crônica, cujo agente etiológico é um fungo dimórfico e geofílico do complexo Sporothrix (Sporothrix schenckii). A transmissão zoonótica vem recebendo destaque, tendo os felinos domésticos um papel epidemiológico importante na disseminação da enfermidade. Apesar de ser uma zoonose, existem poucos relatos de casos de esporotricose no nordeste do Brasil. Este artigo tem como objetivo descrever e relatar casos de esporotricose felina em dois gatos atendidos no consultório veterinário Mascot Pet, alertando os médicos veterinários para este possível diagnóstico. Ambos apresentavam lesões ulcerativas na pele, tendo um deles crostas e pequenas pápulas hiperêmicas. Foram realizadas citologias por imprint de lâminas no consultório e realizada a técnica de microscopia com coloração de Romanowsky pelo laboratório veterinário Vetinlab, na Bahia, por meio da qual observou-se estruturas leveduriformes compatíveis com o agente Sporothrix schenckii. Um dos animais foi tratado com Itraconazol 50 mg/animal a cada 24 horas, por um período de quatro meses com sucesso. Entretanto, foi necessária a eutanásia em um dos felinos, realizada pelo centro de controle de zoonoses de Salvador, Bahia.

    Janeiro - v. 16, No. 01, p. 191 (2022)
  • Os cães errantes podem ser importantes fontes de infecções ao ser humano, sobretudo na contaminação das areias das praias. O estudo teve por objetivo avaliar a presença de parasitos de características zoonóticas na praia de Laguna, Santa Catarina. Amostras de areia da praia do Mar Grosso foram coletadas e analisadas em diferentes estações do ano entre 2018 a 2019. As amostras foram processadas no Laboratório do Centro de Educação Superior da Região Sul (CERES) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), pelo método de sedimentação. As larvas presentes nas amostras foram imobilizadas com uso de lugol e analisadas ao microscópio. Das 2000 amostras de areia, 19,10% apresentaram larvas de Ancylostoma spp., 7,25% de larvas de Toxocara spp. 1,75% ambas. A estação do inverno apresentou maior ocorrência de larvas de ancilostomídeos com 30,6%, já as larvas de ascarídeos no verão com 18,8%. A média de larvas por lâmina foi de 15 e todas estavam vivas. No período de verão observou-se que o número de larvas foi maior e com comportamento mais ativo, observado antes do uso de lugol. As larvas de Ancylostoma spp. sobreviveram por 62 dias e 94 dias de Toxocara spp. Foram identificados ovos de Ancylostoma spp. e Toxocara spp. nas amostras. A presença de ovos e larvas presentes em fezes de cães na areia da praia estiveram presentes em todas as estações do ano em diferentes temperaturas, assim estes animais transitando pela areia podem ser uma ameaça as pessoas que desfrutam deste ambiente para o trabalho ou lazer.

     

    Abril - v. 16, No. 04, p. 207 (2022)
  • O objetivo desta revisão é esclarecer o triplo papel, reservatório-vítima-sentinela, que o cão exerce na leishmaniose visceral e discutir o foco na eliminação do “melhor amigo do homem” para proteção do ecossistema, levando-se em conta os três pilares epidemiológicos, parasito-vetor-hospedeiro, e os aspectos éticos. Logo, inicialmente serão abordados aspectos epidemiológicos relacionados a Leishmaniose Visceral (LV) e a Leishmania Visceral Canina (LVC). Posteriormente, uma reflexão sobre o papel do cão neste contexto, tido como principal reservatório da Leishmania infantum no ambiente urbano, será realizada visando a compreensão de medidas como a eutanásia, de animais positivos; a manutenção do cão parasitado na família (vítima) e o uso destes animais como sentinelas para a detecção da LV e LVC. Finalmente, conclui-se que a LVC é um problema que aflige a família multiespécie brasileira, afetando seres humanos e cães. Os métodos de controle e vigilância paras a LV implementadas no Brasil ainda são ineficientes e desatualizados, desconsiderando o cão como membro da família e tratando-o unicamente como hospedeiro reservatório. Portanto é fundamental uma revisão no Programa de Controle e Vigilância que inclua a Saúde Única na forma de lidar com as leishmanioses: hospedeiros, vetores e parasitos, dentro de um mesmo ambiente para dirigir recursos em medidas eficientes, com o cão sendo utilizado como sentinela da LV.

    Novembro - v. 15, No. 11, p. 180 (2021)
  • O contrabando de animais silvestres é a terceira prática ilícita mais lucrativa no mundo, ficando atrás apenas do tráfico de armas e o de drogas. Diversos fatores contribuem para que essa atividade tenha um desenvolvimento assaz como, por exemplo, as condições socioeconômicas de fornecedores e intermediários, carência em educação ambiental, deficiências nos métodos de controle e agentes dispostos para combate, grande número de receptores e alto lucro financeiro. O comercio ilegal de animais acarreta inúmeros danos a vários setores da sociedade, o que fomenta a perda de táxons ocasionando prejuízos à ciência, haja vista que servem para pesquisa e elaboração de diversas substâncias extremamente lucrativas das quais o Brasil não obtém ganho financeiro ou científico; além dos maus-tratos intensivos que sofrem os animais nesses processos, onde, apenas 10% chega com vida útil, sendo os outros 90% descartados sem adesão de protocolos de biossegurança. O tráfico de animais ocasiona desequilíbrio nos ecossistemas que sofrem danos diretos e indiretos devido as mudanças que impactam em cadeias alimentares, evolução e adaptação dessas espécies e em espécies que interagem com elas. Ainda contribui para instabilidade e danos à saúde pública, pois uma ampla série de zoonoses são disseminadas pelo contato humano-animal por patógenos que não temos imunidade e fármacos para combater.

    Novembro - v. 15, No. 11, p. 180 (2021)
  • A esporotricose é uma infecção fúngica subcutânea que pode acometer humanos e animais, principalmente felinos. O principal fungo responsável pela infecção é o Sporothrix schenckii podendo ser encontrado no solo e em matéria orgânica. A transmissão em seres humanos ocorre pela arranhadura ou mordedura de gatos infectados e o principal sintoma são as lesões cutâneas. O número de casos vem crescendo no município de São Paulo e em 2020 se tornou uma zoonose de notificação obrigatória. O presente estudo teve como objetivo fazer um levantamento do conhecimento dos tutores em relação a doença e como resultado foi identificado que apesar da maioria responder corretamente o que é uma zoonose, qual a definição e qual o agente etiológico da esporotricose esses tutores não souberam identificar a forma de transmissão e a sintomatologia da doença, o que evidencia a necessidade de informações e ações educativas para ajudar identificar e controlar os casos de esporotricose.

    Outubro - v. 15, No. 10, p. 188 (2021)
  • A esporotricose é uma doença zoonótica causada pelo fungo Sporothrix schenckii, sua infecção ocorre através do processo de inoculação direta na pele. Objetivou-se relatar os três primeiros casos de esporotricose acometendo gato doméstico, na cidade de Aimorés em Minas Gerais. Os três felinos eram machos, Pelo Curto Brasileiro (PCB), com idades de cinco e oito anos, viviam de forma semi-domiciliada, apresentando histórico de lesões dermatológicas semelhantes com evolução de duas a quatro semanas. Foram observadas lesões exulceradas e distribuídas em várias regiões do corpo. Realizou-se o exame citopatológico utilizando a técnica de imprinting das lesões. As estruturas encontradas foram compatíveis com Sporothrix Scheckii. O itraconazol na dose de 5 mg/kg via oral, a cada 12 horas e por oito semanas foi o fármaco escolhido para o tratamento. Sendo assim, vale ressaltar que a esporotricose é uma patologia que acomete felinos, principalmente aqueles com acesso à rua, e deve ser considerada como diagnóstico diferencial de lesões nodulares ou ulceradas em felinos.

    Setembro - v. 15, No. 09, p. 169 (2021)

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