Resultado da pesquisa

  • O Brasil é um grande exportador de produtos de origem animal, e devido as grandes exigências do mercado internacional, o país está tendo que se adaptar a novas formas de produção, mas não apenas para exportação, como também para a comercialização interna do país. Os produtos provenientes da ovinocultura vêm ganhando espaço tanto no mercado interno, quanto externo, e com isso a atenção para os produtores dessa espécie também, pois os consumidores estão em busca de alimentos cada vez mais “limpos” e dentro das normas de bem-estar animal. O presente trabalho traz uma revisão bibliográfica sobre o bem-estar animal dentro da ovinocultura no Brasil, mostrando as principais formas de obtê-lo dentro dos sistemas de criação dessa espécie.

    Janeiro - v. 17, No. 01, p. 95 (2023)
  • Considerando os desafios diários enfrentados na produção de ovinos atualmente no Brasil, os parasitas gastrointestinais trazem impactos significativos na produção. Diante a esta situação, é de extrema importância o controle desses parasitos para o sucesso no sistema de criação. O Método FAMACHA© é uma alternativa para o controle das parasitoses que acomete os ovinos. Método este muito utilizado considerando seu custo e benefício. Mas para que seus resultados sejam com grande eficácia, pode ser acompanhado por outras técnicas laboratoriais como a contagem de ovos por grama de fezes, o cultivo de larvas (coprocultura) e o exame clínico realizado no animal.

    Agosto - v. 16, No. 08, p. 195 (2022)
  • Objetivou-se avaliar os efeitos analgésicos e cardiorrespiratórios da administração de xilazina ou solução salina pela via intramuscular, associadas ao bloqueio loco regional circular da base do chifre, em bovinos submetidos ao procedimento de descorna pelo método térmico. Utilizaram-se 32 bezerros, com peso médio de 116 ± 58,1 kg e com idade média de 2 ± 1,1 meses, alocados aleatoriamente em dois grupos. O GC (n = 16) recebeu solução salina na medicação pré-anestésica (MPA) e 20 minutos após, administrou-se lidocaína s/v 1 mg kg-1 no bloqueio loco regional; o GX (n = 16) diferiu apenas de GC na MPA, a qual foi realizada com xilazina na dose de 0,05 mg kg-1 pela via intramuscular. Os momentos de avaliação foram: basal (M0); 20 minutos após administração dos tratamentos (M1); 5 minutos após o bloqueio loco regional (M2); ao término do procedimento no corno direito (M3) e ao término do procedimento no corno esquerdo (M4), avaliando nos respectivos momentos: frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura corporal. Avaliou-se ainda, o grau de sedação no momento pré-operatório (M0) e o estímulo álgico no pós-operatório, entre M0 a M5 correspondentes a horas de pós-operatório. Na análise da FC houve uma diminuição de 26,32%, 34,74%, 28,43% e 25,27% de M1 a M4 em relação a M0 em GX. No GC a FC foi menor apenas em M2 (20,58%), quando comparada a M0. Entre grupos a FC foi menor em GX em relação ao GC em 21,34%, 23,45%, 24,44% e 30,39% de M1 a M4. A f foi menor no GX em M1 (30,30%), M2 (33,33%) e M4 (24,24%) em relação ao M0. Entre grupos a f diferiu de M1 a M4, diminuindo respectivamente 39,47%, 24,13%, 20,58% e 30,55% em GX em relação ao GC. Na análise da escala de avaliação de dor, evidenciou-se diferenças apenas em GX em M1 em relação ao M0 para o subitem atividade. Sobre o tempo para resgate analgésico, evidenciou-se que GX 3, 1 e 1 animal necessitaram resgate na primeira, segunda e terceira hora de pós-operatório, enquanto em GC 2, 1 e 1 animal necessitaram resgates nos mesmos momentos descritos para o GX, não ocorrendo diferença estatística para resgates analgésicos no pós-operatório entre os grupos. Assim, conclui-se que mesmo sem diferença estatística nos resgates analgésicos a administração prévia de xilazina para a realização da descorna em bovinos é de extrema importância a qual facilita o manejo, e reduz o estresse da contenção na qual os animais se agitam de maneira expressiva, podendo causar lesões tantos neles quanto em quem está realizando o manejo.

    Agosto - v. 16, No. 08, p. 195 (2022)
  • Esta revisão foi elaborada para atualizar os trabalhos de pesquisas realizados nos últimos anos sobre as consequências da Subaguda Ruminal Acidose (SARA, sigla em inglês) em gado de corte e vacas leiteiras sobre a produção e comportamento animal. Foram consultados mais de mil artigos científicos publicados nos mais variados repositórios de ciências agrárias. Na realidade, a SARA que pode ser aguda (visual) e subaguda (percepção ao longo do tempo) tem efeito nocivo na produção animal e, por consequência, na rentabilidade dos diferentes setores (carne e leite). O quadro clínico na versão aguda é percebido de um modo rápido em função do aparecimento do timpanismo e desconforto dos animais. No entanto, o quadro clínico, na versão subaguda, manifesta-se somente depois de vários dias ou meses. De modo geral, a SARA reduz a produção de carne e leite, altera a ingestão de alimentos, reduz a eficiência alimentar, aumenta o desconforto e o comportamento animal e, por consequência, a lucratividade do setor. Além disso, diminui as respostas imunológicas e pode agravar os sintomas de outras doenças. A SARA é mais pronunciada em vacas leiteiras em razão do volume de alimentos ingeridos; porém, com aumento dos confinamentos com uso de dietas de alto-grão este quadro se manifesta também em gado de corte.

    Junho - v. 16, No. 06, p. 180 (2022)
  • A fasciolose é uma zoonose com quadro subclínico e que leva a perdas econômicas na criação de bovinos. Casos da doença foram identificados em matadouro localizado em Orleans, Santa Catarina, Brasil. Para identificação de casos e cálculo do soro prevalência de fasciolose bovina em propriedades rurais do município de Orleans foi realizado um teste de ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay). Foi elaborado um mapa para análise da distribuição dos casos de fasciolose no município. Foram aplicados questionários, com o objetivo de identificar o tipo de manejo realizado por propriedade, fatores associados e possíveis medidas de intervenção a serem adotadas. Através de testes estatísticos, a ocorrência da fasciolose foi comparada ao tipo de manejo e criação dos animais além de dados ambientais. Dos animais testados, 29,78% apresentaram resultado soropositivo para fasciolose. Das 35 propriedades visitadas, 24 possuíram bovinos com soropositividade para fasciolose. Houve significância estatística para as variáveis “local de compra” e “tipo de sistema produtivo”. Esses resultados são importantes para que médicos veterinários e principalmente os produtores conheçam a situação sanitária da propriedade e assim promovam medidas preventivas.

    Junho - v. 16, No. 06, p. 180 (2022)
  • Este artigo tem o objetivo de discutir no âmbito da literatura nacional e internacional a fundamentação médico-legal e forense as evidências das “doenças da produção” como auxílio nas perícias de bem-estar em bovinos leiteiros. O envolvimento do médico veterinário em perícias judiciais não é recente. No Brasil as perícias veterinárias vêm evoluindo e passando a ser aplicada em questões relacionadas à saúde animal, saúde pública, defesa do consumidor, da fauna e do ambiente. A medicina da produção de bovinos leiteiros abrange conhecimentos técnico-científicos em diversas áreas das ciências veterinárias e da cadeia de produção de leite. Vacas leiteiras têm sofrido nos últimos anos constantes pressões e mudanças genéticas e de manejo com objetivo de maximizar a produção. Neste âmbito, destacam-se as “doenças da produção” que são caracterizadas por nível de produção inconsistente que comprometem principalmente a qualidade de vida das vacas leiteiras e causam impacto econômico. São transtornos metabólicos característicos de um grupo de animais de produção causados por pressão de seleção e manejo, com desequilíbrio nutricional em sua biotransformação. Quando o transtorno metabólico compromete o indivíduo entende-se por doença metabólica e quando a mesmo atinge o rebanho tem sido atribuído como “doença da produção”. O período de transição da vaca leiteira está compreendido no intervalo de três semanas antes e após o parto e neste período, prevalecem 70% da ocorrência destas doenças, no qual ocorrem mudanças drásticas no estado nutricional, metabólico, fisiológico e comportamental, preparando para o animal para uma nova prenhez e parto. Destas doenças, as metabólicas causam elevada morbidade e mortalidade e representam grande importância nos sistemas intensivos com aplicação de tecnologias modernas, havendo necessidade de aplicação de medidas de prevenção rigorosas, notadamente nos períodos pré e pós-parto. A avaliação clínica de rebanhos como problema da produção pode ser realizada por exames clínicos e análises clínicas do perfil metabólico. O sistema de criação de vacas de alta produção quando não atende as exigências nutricionais e de manejo pode desencadear doenças metabólicas, infecciosas, descarte e até morte, além causar perdas econômicas e comprometer o bem-estar e a saúde. O bem-estar e a ocorrências de maus-tratos por negligência, imperícia e imprudência podem ser avaliados por perícias médico-veterinárias e gerar provas importantes em ações judiciais.

    Março - v. 16, No. 03, p. 170 (2022)
  • Resumo. A intensificação da produção de leite exige dos produtores e dos animais incremento na produtividade para atender demanda que se expande a cada dia. A mastite e a qualidade do leite de bovinos têm sido amplamente discutidas nos âmbitos comercial, social e acadêmico. Entretanto, as discussões legais e forenses neste campo são escassas. As perícias de bem-estar, produção e qualidade do leite de bovinos são demandas que podem ser realizadas através da aplicação dos conhecimentos de medicina veterinária legal e forense necessários para emissão de pareceres técnicos periciais. Em animais de produção, incluindo os bovinos, sistemas com baixo grau bem-estar constituem uma preocupação de ordem mundial e os esclarecimentos de maus-tratos contra animais, bem como os comprometimentos da qualidade do leite e fraudes dos seus produtos são considerados temas de destaques, tanto no meio jurídico como no acadêmico-científico. Na fiscalização e investigação de animais e seus produtos o médico veterinário tem papel fundamental na responsabilidade técnica, onde se torna imprescindível o empenho para alcançar soluções específicas nos seus ofícios. As perícias têm por objetivo esclarecer os fatos e expor ao processo, tanto nas esferas cível e criminal como na administrativa. Mediante esta realidade, produtores e técnicos possuem grande desafio de manter os rebanhos com produção e manejo humanitário com padrões tecnológicos adequados. Estes desafios devem atender as exigências jurídicas de produção, num patamar de demandas nacionais e internacionais, no âmbito da legislação de bem-estar, saúde animal e saúde pública. Esta revisão aborda de forma sistêmica os principais pontos críticos que dá suporte aos médicos veterinários peritos para realização de perícias. Aborda embasamento técnico-científico nas questões legais e forenses para investigações de rebanhos acometidos por mastite, qualidade e produção de leite e suas relações com saúde pública. Tem o objetivo de discutir aspectos da mastite e qualidade do leite de bovinos leiteiros com ênfase na medicina veterinária legal e forense e suas relações com negligência, imperícia e imprudência na produção e qualidade do leite e maus-tratos aos animais.

    Fevereiro - v. 16, No. 02, p. 183 (2022)
  • O estudo objetivou comparar o pH da carne em cordeiros não castrados, das raças Corriedale e Ideal, criados em três diferentes sistemas de alimentação. Foram utilizados 111 cordeiros, sendo 51 da raça Corriedale, destes, 14 foram alimentados com pastagem nativa (Paspalum notatum Flügge e Axonopus affinis Chase), 27 foram alimentados com pastagem cultivada (Lolium multiforum Lam., Trifolium repens L. e Lotus corniculatus) e 10 foram alimentados, em confinamento, com ração formulada a partir de milho, farinha de soja, fosfato bicalcico e calcário, e 60 da raça Ideal, sendo 26 cordeiros criados em pastagem nativa, 24 em pastagem cultivada e 10 em confinamento. No músculo Longissimus dorsi, ao nível da 12ª e 13ª costelas, foi medido o pH da carne no momento do abate (pH zero hora), e após 24 horas em câmara fria a 1°C com ar forçado. Através da análise da variância dos dados não foi verificado efeito significativo (P>0,05) entre os cordeiros Corriedale e Ideal para as características estudadas. Foi verificado um efeito altamente significativo (P<0,0001) entre os sistemas de alimentação para o pH 24 horas e quedas do pH; não existindo efeito entre os sistemas de alimentação para o pH zero hora. Cordeiros, das raças Corriedale e Ideal, confinados com uma alimentação formulada apresentam semelhante pH no momento do sacrifício, menor pH após 24 horas e uma menor queda do pH em relação aos alimentados com pastagem nativa e pastagem cultivada.

    Março 3 - v. 03, No. 10, p. Art. 0533-0537 (2009)
  • Este trabalho visou examinar as associações entre o ganho de peso corporal (PC) com a área de olho de lombo (AOL) e a espessura de gordura subcutânea dorsal (EGSD), ambas medidas por ultra-sonografia, de reprodutores de diferentes raças ovinas, aptidão carne e, a relação entre a área de olho de lombo e a conformação corporal do animal. Para atingir os objetivos propostos, os seguintes procedimentos de análise foram considerados: a) para determinar a extensão em que a área de olho de lombo e a espessura de gordura subcutânea dorsal são dependentes do ganho de peso corporal, efetuou-se um modelo de regressão múltipla, separadamente para raça, no qual fatores de ajuste estiveram presentes; b) este modelo possibilitou a obtenção de coeficientes de regressão e de correlação parciais, buscando minimizar possíveis influências sobre o estudo do grau de associação buscado e c) coeficientes de correlação simples entre AOL e conformação corporal (CC) foram também obtidos. A aplicação do ² entre os coeficientes de correlação parcial encontrados, mostrou não ser significativa (P>0,05) a diferença nos diferentes genótipos. Como foram homogêneos, consideraram-se os resultados obtidos de uma análise dos dados em conjunto, ou seja, r=0,433 para PC com AOL e r=0,349 para PC com EGSD. Incluindo o efeito de raça no modelo geral de análise de regressão empregado, obtiveram-se, para toda a população, as seguintes equações ajustadas: AOL= 6,170 + 0,155(PC) e EGSD= 0,103 + 0,072(PC). A correlação fenotípica entre a AOL e CC (maior ou menor potencial de produção de carne, avaliado subjetivamente) foi de 0,554 (P<0,01). Mostram os resultados que são semelhante e significativo (P<0,01) o incremento da área de olho de lombo e espessura de gordura subcutânea dorsal, medidos por ultra-sonografia, com o aumento de peso corporal em reprodutores jovens (idade entre 157 a 310 dias), das raças Hamphire Down, Ile-de-France, Texel e Suffolk, e que existe um alto grau de associação entre a área de olho de lombo, medida por ultra-sonografia e a conformação corporal do animal. Sendo a variação no peso corporal responsável por 39,3%% da variação na área de olho de lombo e por 41,0% da variação da espessura de gordura de cobertura, medidas por ultra-sonografia e, a variação da conformação é responsável por 30,25% da variação da área do olho de lombo, medida por ultra-sonografia.

    Março 3 - v. 03, No. 10, p. Art. 0533-0537 (2009)
  • Visando estabelecer os valores de normalidade da amplitude do volume dos eritrócitos (RDW) para espécie ovina, foram avaliadas 72 amostras sanguíneas de ovelhas clinicamente saudáveis. As amostras foram processadas em analisador hematológico veterinário modelo pocH-100iV DIFF (Sysmex®). Os intervalos de referência estabelecidos para o RDW-CV e RDW-SD foram de 22,8 ± 1,8% e 28,3 ± 2,8 fL, respectivamente. Os valores médios obtidos podem ser utilizados como referência para ovinos saudáveis

    Setembro - v. 15, No. 09, p. 169 (2021)
  • O objetivo com este estudo foi estabelecer os intervalos de referências de diferentes analitos em líquido peritoneal de bovinos da raça nelore. Foram coletadas amostras do líquido de 50 machos e 50 fêmeas, oriundo de um abatedouro frigorífico na região central do Brasil. A determinação das concentrações de albumina; cálcio total; Cloro; fosfatase alcalina; glicose; Potássio; Lactato; Sódio; proteína total foi realizada em equipamento automático. Valores como razão A:G: razão albumina:globulina foram realizados por meio de cálculo matemático. Este é a primeira descrição do intervalo de referência de líquido peritoneal em bovinos da raça nelore. O tamanho da amostra e a distribuição dos dados indicam que os valores médios obtidos são representativos e podem ser usados para o diagnóstico de enfermidades nesse estrato populacional.

    Novembro - v. 15, No. 11, p. 180 (2021)
  • O Coronavírus bovino (BCoV) faz parte da família Coronaviridae e possui uma cadeia simples de RNA envelopado, podendo ter quatro ou cinco proteínas (M, Sm, He, S e I) que se projetam em uma dupla camada de lipídeos. Além das infecções entéricas relacionadas ao BCoV há também indícios de que ele seja agente de processos respiratórios as quais podem ser fatais em bovinos adultos. Inicialmente ele se replica causando infecções gastrointestinais e posteriormente afeta as os cornetos nasais, traqueia e pulmão. A transmissão do BCoV é horizontal direta, a partir de alimentos ou água contaminada com as fezes ou secreção respiratória contendo o vírus. Seu período de incubação é de três a sete dias, até aparecerem os sinais clínicos de diarreia, porém antes do surgimento dos novos sinais o animal já pode eliminar o vírus em grande quantidade em suas excreções. O diagnóstico pode ser através de ELISA, microscopia eletrônica, cultura viral, PCR e ensaio de hemaglutinação. A profilaxia das infecções por BCoV está relacionada a adoção de práticas corretas de manejo, além, da vacinação em bezerros e animais adultos. Constatou-se no presente trabalho que o coronavírus bovino (BCov) é o agente etiológico responsável por agir e/ou agravar infecções associadas a diarreia e doenças respiratórias em bovinos de todas as idades, sendo um vírus extremamente contagioso, que afeta a sanidade do rebanho e o setor econômico mundial por sua alta morbidade e significante de mortalidade entre os bezerros.

    Junho - v. 15, No. 06, p. 181 (2021)
  • A hipocalcemia é uma doença metabólica relativamente comum em vacas leiteiras durante o período de transição, momento em que ocorrem profundas modificações hormonais, anatômicas e fisiológicas no organismo animal visando preparar a fêmea para o parto e posterior produção de leite. A referida pode ocorrer de duas formas: a forma subclínica, quando os valores de cálcio sérico se situam abaixo de 8,5 mg/dL e a forma clínica quando dos valores de cálcio abaixo de 5,5 mg/dL. Os prejuízos causados à bovinocultura de leite são consideráveis, sobretudo na forma subclínica de ocorrência, em que a ausência de demonstração de sintomatologia clínica dificulta o diagnóstico. A doença geralmente ocorre em torno de 24 a 48 horas após o parto, onde se há um decréscimo nos níveis séricos do cálcio circulantes, uma vez que se tem uma grande demanda para produção do colostro e para o parto. O diagnóstico clínico baseia-se no histórico e nos sinais clínicos do animal, e através da mensuração do mineral no sangue. A terapêutica clínica com soluções à base de cálcio demonstra bons resultados a campo quando do diagnóstico rápido e preciso. Entretanto, vale ressaltar que a profilaxia é a melhor opção, melhorada por um bom manejo nutricional no período seco e de transição, pelo acompanhamento do ECC, emprego de dietas aniônicas concomitantemente ao monitoramento da acidificação do pH urinário. Ademais, tem sido citada como uma alternativa para prevenção da hipocalcemia, o fornecimento de drench para vacas periparturientes como uma das alternativas de profilaxia à doença. A presente revisão objetiva elencar a etiologia, sintomatologia clínica, diagnóstico, tratamento e profilaxia da hipocalcemia em bovinos leiteiros.

    Fevereiro - v. 15, No. 02, p. 162 (2021)
  • Durante o período de transição em vacas leiteiras caracterizado como sendo o intervalo de três semanas antes e três semanas após o parto, os animais são acometidos pela grande maioria das enfermidades. Em suma, cerca de 70% das doenças acometem o gado leiteiro neste lastro de tempo. O deslocamento de abomaso é umas das enfermidades que podem ocorrer durante tal período e consiste em uma das paratopias mais frequentes no gado leiteiro que culmina em onerosas perdas econômicas, uma vez que se tem custos adicionais com tratamentos, redução da produção de leite, perda de peso, aumento no intervalo entre partos, descarte do produto lácteo e, em alguns casos, a perda do animal acometido. Na grande maioria dos casos, o órgão desloca-se para o lado esquerdo, caracterizando-se assim, o deslocamento de abomaso à esquerda (DAE), conquanto, pode deslocar-se também à direita (DAD). O diagnóstico consiste no sinergismo entre histórico e exame clínico, sendo que a percussão auscultatória de um “ping” metálico é bastante sugestivo da ocorrência da enfermidade. Não obstante, afirma-se como definitivo caso da paratopia apenas por intermédio da laparotomia exploratória. Existem métodos de tratamento clínico e poucos invasivos, conquanto, a terapia cirúrgica é a que apresenta melhores resultados. Esta revisão busca elencar os fatores responsáveis pela ocorrência da paratopia, a sintomatologia clínica observada, métodos de diagnóstico, tratamento e prevenção dessa anormalidade em bovinos.

    Fevereiro - v. 15, No. 02, p. 162 (2021)
  • O objetivo dessa revisão é abordar os diferentes aspectos da Maedi-Visna, doença de evolução crônica, multissistêmica, causada por um vírus do gênero Lentivirus e família Retroviridae. Acomete pequenos ruminantes, com maior ocorrência em ovinos e está amplamente distribuída no mundo e no Brasil, causando sérios problemas econômicos para a ovinocultura. A transmissão do vírus ocorre principalmente pela via respiratória, por meio de aerossóis, e pela via digestiva com a ingestão de colostro e leite contendo o vírus. Os animais infectados desenvolvem um quadro de emagrecimento progressivo, embora a maioria seja assintomática, podendo ainda apresentar pneumonia, artrite, mastite e encefalite. Por se tratar de uma enfermidade de caráter crônico, na qual a maioria dos animais dificilmente apresenta sinais clínicos, é recomendado que o diagnóstico seja confirmado por meio de exames laboratoriais que têm por objetivo a detecção de anticorpos ou a identificação do agente etiológico. Não existe vacina e não há tratamento específico eficaz para essa doença, sendo assim as práticas de manejo adotadas para a prevenção desta enfermidade se tornam cruciais, a exemplo do descarte de animais positivos associado à separação das crias de fêmeas positivas ao nascimento.

    Março - v. 15, No. 03, p. 168 (2021)
  • O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da utilização de um tratamento homeopático preventivo com o produto Masthe HM1000® (Hágil terapêutica) na ocorrência de mastite subclínica em vacas leiteiras, na produção de leite e no percentual de gordura e proteína. Os dados foram coletados de duas propriedades leiteiras da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, os quais eram mantidos em sistema a pasto com suplementação no cocho e composto por vacas Holandesas e Jersey, sendo coletado dados de dois meses antes e dois meses após a utilização do produto homeopático. Em cima disso, pode-se concluir que a utilização da homeopatia Masthe HM1000® (Hágil terapêutica) para mastite reduziu a ocorrência da mastite subclínica e a contagem de CCS do leite das vacas em lactação sem afetar a produção ou a composição de gordura e proteína presente no leite. A mastite é uma doença que causa grandes prejuízos no rebanho leiteiro e é um dos problemas mais frequentes nas propriedades de leite, com isso novas medidas para o controle e prevenção da mastite são um dos grandes gargalos no dia a dia do médico veterinário, sendo possível utilizar novas terapêuticas para auxiliar o produtor em frente as perdas sanitárias e financeiras que a mastite acarreta ao rebanho.

    Novembro - v. 14, No. 11, p. 157 (2020)
  • O estudo teve como objetivo comparar dois aparelhos portáteis (Optium Xceed® e Ketovet®) para o diagnóstico de cetose subclínica no campo; conhecer a prevalência desta patologia na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, em sistemas à pasto e confinado; avaliar a composição do leite de vacas em diferentes níveis de corpos cetônicos e glicose no sangue. Os dados foram coletados de três propriedades leiteiras do município de Augusto Pestana, Rio Grande do Sul, Brasil, sendo duas propriedades em sistema de manejo alimentar à pasto e uma em sistema de Compost Barn, sendo todos os bovinos da raça holandesa. Com a realização deste estudo conclui-se que a cetose apresenta prevalência maior, em sistema à pasto no período pós-parto devido à alta exigência de energia para a produção de leite dos animais; ambos os aparelhos Ketovet® e Optium® são eficazes no diagnóstico de cetose subclínica independente do período (pré ou pós-parto) e dos sistemas avaliados (à pasto ou confinado) e a ocorrência de cetose subclínica não causa alterações significativas na composição do leite de vacas. A cetose é um tema de extrema importância na bovinocultura de leite, sendo um assunto encontrado diariamente na rotina veterinária, revelando que é possível realizar o diagnóstico de forma rápida e com baixo custo à campo, possibilitando evitar perdas sanitárias e financeiras aos rebanhos.

    Novembro - v. 14, No. 11, p. 157 (2020)
  • Desde a Antigüidade já se conhece as potencialidades tóxicas das plantas, as quais são capazes de causar danos à saúde do homem e dos animais. No Brasil é muito freqüente a ocorrência de casos de intoxicação em bovinos causados por ingestão de plantas tóxicas. O desconhecimento das espécies vegetais tóxicas é apontado como o principal fator para ocorrência desses acidentes, desse modo, a melhor forma de prevenir é através do conhecimento e da divulgação a respeito do assunto. Neste contexto, este trabalho expõe os quadros clínico-patológicos de uma das principais plantas tóxicas que causa grande prejuízo na pecuária bovina, a Pteridium aquilinum, comumente conhecida como “samambaia-de-campo”, tendo em vista o grande número de relatos de intoxicação por esta planta em todo o território nacional.

    Fevereiro - v. 03, No. 04, p. Art. 495-517 (2009)
  • A neosporose tem emergido no Brasil como uma das principais doenças causadoras de aborto em bovinos no Brasil e no mundo. Causada pelo protozoário Neospora caninum afeta uma diversidade de espécies animais. Em busca da elucidação biológica, epidemiológica e diagnóstica, vários estudos se delineiam a cerca desse agente. O objetivo do presente estudo foi revisar a literatura científica sobre a neosporose bovina no Brasil, abordando os principais aspectos etiopatogênicos, epidemiológicos, clínicos, diagnósticos e imunoprofiláticos, visando à construção do atual cenário da neosporose na bovinocultura brasileira. A estratégia de busca para seleção dos estudos foi um levantamento realizado nas bases de dados PubMed, Lilacs, SciElo e Google scholar, no período janeiro de 2005 a março de 2020. Parte majoritária dos estudos foram levantamentos soroepidemiológicas que visavam determinar a ocorrência e fatores de risco da doença. A ocorrência média da neosporose encontrada nos estudos foi de 32,7% (2,45%-100%) associadas aos fatores de risco histórico de aborto, presença de cães, tipo de criação, idade e ausência de teste diagnóstico na introdução de novos animais nas propriedades. Os principias métodos diagnósticos utilizados foram os sorológicos. O aborto foi apontado como principal manifestação clínica da doença. A neosporose bovina está amplamente distribuída pelo Brasil, em alguns estudos de bovinocultura de exploração leiteira foram identificadas soroprevalências acima de 90% justificando-se assim, a implementação de estratégias de controle e profilaxia da neosporose bovina no Brasil, em busca de melhorias dos índices reprodutivos do rebanho nacional

    Agosto - v. 14, No. 08, p. 163 (2020)
  • O estado em que o animal se encontra interfere diretamente no grau do seu bem-estar, comprometendo a produção e a qualidade dos produtos de origem animal. Nesse sentido, a busca pelo mercado por produtos de qualidade e que visem o bem-estar dos animais tem feito com que produtores busquem formas de manejo alternativos como por exemplo, o modo como os animais são alojados. Animais quando alojados de forma inadequada são impedidos de realizarem comportamentos normais da espécie. Quando a instalação não favorece interações seja com o ambiente, seja com outros animais podem ocorrer as estereotipias. Tal comportamento pode indicar que o animal está tendo um bem-estar pobre e consequentemente esses fatores irão interferir na qualidade da produção. Portanto, o objetivo do presente trabalho é fazer uma revisão de literatura, abordando a importância do bem-estar para bezerros durante o aleitamento e a desmama submetidos a diferentes sistemas de criação.

    Agosto - v. 14, No. 08, p. 163 (2020)

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